Quatro
policiais militares do Comando de Rondas de Ações Intensivas e
Ostensivas (CPRaio) foram afastados das funções e alvos de uma operação
conjunta do Ministério Público Estadual (MPE) e da Controladoria Geral
de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário
do Ceará (CGD). Contra eles pesa a suspeita de terem assassinado um
jovem inocente, sem envolvimento em crimes.
O assassinato do jovem
identificado como Carlos Alberto Ferreira da Silva, que tinha 23 anos,
aconteceu no dia 4 de maio de 2020, na cidade de Guaraciaba do Norte (a
315Km de Fortaleza), durante uma abordagem dos policiais do CPRaio.
Atingido por vários tiros disparados pelos “raianos”, o rapaz morreu
após ser socorrido para o hospital.
O caso, a princípio considerado
como mais uma morte decorrente de intervenção policial, como classifica a
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), teve uma
reviravolta quando o Ministério Público, através da Promotoria Criminal
da Comarca de Guaraciaba do Norte passo a investigar, recebendo
denúncias de abuso de autoridade por parte dos PMs.
Armas e celulares - Nesta
quarta-feira (10-06-2020), agentes da Delegacia de Assuntos Internos
(DAI) da CGD, em conjunto com membros do Núcleo de Investigação Criminal
(NUIC) da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Ceará (PGJ-CE),
realizaram uma operação na cidade de Guaraciaba do Norte para o
cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão nas residências
dos PMs suspeitos.
Durante as buscas, foram
apreendidos os telefones celulares e as armas dos quatro PMs, que também
foram comunicados de seus afastamentos das funções.
As armas apreendidas serão encaminhadas à Perícia Forense do Estado do
Ceará (Pefoce) para exames de comparação balística com os projéteis das
balas retiradas do corpo da vítima durante o exame de necropsia. A
perícia vai indicar de quais armas partiram os tiros que mataram o
jovem. Já os celulares terão ligações rastreadas, identificadas e
degravadas também pela Pefoce e pelo MP, com a quebra judicial do sigilo
telefônico dos investigados.
O caso agora segue em investigação
conjunta entre a CGD e o Ministério Público. Os nomes dos PMs não foram
divulgados pelas autoridades.
FONTE: Aconteceu Ipu